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Para esta geração saber da importância dos seus ancestrais, pois também fizeram história, mesmo com os recursos existentes da época.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

GENTE QUE MARCOU HISTÓRIA

                    

               Bibiano Francisco de Souza (05/05/1878- ?/?/1949)

Para poucos,  este nome diz algo diretamente. O Tenente da Guarda Nacional Bibiano Francisco de Souza.  Um ser humano que marcou sua passagem em sua região. 




  Bibiano Francisco de Souza, a cavalo, com menino adotivo.


               Especialmente Rincão Seco, Santa Clara do Ingaí, Fortaleza dos Valos e circunvizinhança.



              Nasceu em Três Capões em 05 de maio de 1878 e faleceu em 1949 aos 71 anos de idade.



            Foi comerciante em Rincão Seco onde criou uma família de sete filhos aos quais citamos Rodolfino Francisco de Souza (Dr. Nenê) que foi vereador da cidade de Ibirubá na década de 1960. E, o Tenente Assis Brasil de Souza que residia na cidade de Quinze de Novembro mudando-se depois para Ibirubá.



              "Seu" Bibiano, como era chamado pelos seus amigos e que aos quais encantou-os por sua maneira própria de ser e principalmente com sua maneira divertida, impetuosa e de escárnio viver.



Conta-se que Bibiano  em uma "roda de chimarrão" com uma turma de topógafos da Cartografia Nacional Brasileira, quando estava acampada, na localidade de "Passo da Divisa", o chefe da expedição se esnobava dizendo ser um dos poucos brasileiros que conhecia os então 22 Estados do Brasil. Mas, "seu"  (Sr.) Bibiano afirmava que conhecias mais três (3) Estados, após muita discussão geográfica e quando o "clima" já estava ficando "pesado", ele esclareceu: conheço 25 Estados do Brasil, os 22 que o senhor citou e mais os Estado de Sítio, da Embriaguês e da Miséria.



               Em outra ocasião (1937) estando bebericando na Casa Comercial de Leopoldinho Peuckert (Póique), em Santa Clara do Ingaí, apareceu um mascate vendendo aparelho radiofônico, que para ser carregado precisava de duas pessoas, e sua energia vinha de uma bateria de automóvel. O vendedor começou a falar das maravilhas daquela giringonça; Era só apertar um botão, girar um ponteiro e eis que se podia ouvir até a longínqua Alemanha (Germany) .  A vítima (comprador) no entanto, desconfiando de tudo, não se mostrava interessada. Foi quando Bibiano resolveu entrar na conversa para despachar o importuno e disse-lhe:
-  Olha moço, aqui você está lenhando em mato errado, se quiser vender essa coisa tem que procurar o meu compadre Chico Pinto na Fortaleza (cidade de Fortaleza dos Valos) pois este sim, não deixa passar novidade.


               O vendedor mais que depressa, empacotou o seu artigo (rádio) e seguiu com seu flamante "Ford de Bigode" (ver foto) a procura do primeiro estabelecimento comercial à esquerda de quem chega na Fortaleza – pois era o endereço que recebera de Bibiano – Qual não foi o espanto e a surpresa do "picareta" (pessoa desonesta e de má índole) quando soube por informações  dos moradores locais de que o Chico Pinto morava embaixo de umas costaneiras (A primeira e última tábua de um tronco serrado em diversas folhas) e em cima de um barranco (beira de um precipício).




Ford 1929: "Ford de Bigode"



                 Em outra ocasião, na "venda" (Casa Comercial) do Major Celestino Peuckert, na localidade de "Passo do Lageado" um transeunte desconhecido, alto, bigode grande, gadeiúdo (cabelos longos), pistola atravessada na guaiaca (cinto de gaúcho), pedindo um liso de cana (cachaça). Sentado ao canto do balcão, Bibiano observava com cuidado e de repente lascou (disse):   - Que mal lhe pergunto, mas o amigo de onde vem?E o desconhecido respondeu:- Eu ando caminhando mundo!E Bibiano voltando a "carga" (charla, prosa, conversa) disse:- Acho que lhe conheço, nós somos companheiros de xadrez !                      

                          A afirmação teve um efeito de um tiro para o desconhecido, que, mais que depressa respondeu que nunca foi para o xadrez (presídio) e já se preparava para sacar a arma, quando Bibiano disse:


- Calma, companheiro! Você não está com uma camisa xadrez?  E eu não estou tambem com uma camisa xadrez? Então nós somos companheiros do xadrez. E dando uma boa gargalhada pagou um "trago" (copo de cachaça) ao novo amigo.



                Já em seu leito, acometido pela doença da qual viria a falecer; Perguntou ao médico se poderia comer melancia, e recebendo  uma resposta negativa, disse-lhe: - Mas, nem tirando a casca, doutor?



                    Assim foi Bibiano, homem simples, espirituoso e companheiro.  Marcou a sua passagem, deixou amigos que, saudosos, nos transmitem traços marcantes de seu caráter
.


Bibiano e sua prole


                 Sobre Bibiano poder-se-ia escrever um livro, mas esta resenha/crônica tem apenas o objetivo de, talvez, induzir alguém a escrever sobre outras pessoas que marcaram e ajudaram a construir as filigranas de nossa história comunitária ! 



Texto extraído de recorte de jornal regional de autoria de F.M.G. DÜRR. (sem data)


Fotos:

Bibiano e família: Arquivo pessoal.

Ford 1929 "Ford de Bigode":

http://maniacossporcarros.blogspot.com.br/2012/07/colecionadores-de-carros-antigos-raros.html

  

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